sexta-feira, 13 de junho de 2008

Polícia não faz mal

Uma cidade como Niterói carece de mais policiamento. Não é possível que o 12º batalhão, com o contingente de soldados e oficiais que tem conta do recado. Existe uma proposta de criar uma companhia na RO, no Bairro do Engenho do Mato.
Infelizmente a ideia ainda não vingou. O ex-presidente da colônia Leão XIII chegou a oferecer dois galpões para abrigar os policiais da região, entretanto, tudo parou. O capitão Fábio Costa - tentou levar o projeto a frente - mas com as mudanças ocorridas na comporação, o assunto morreu.

Não é possível que menos de quinhentos policiais façam a segurança de uma região que representa quase a metade do território da cidade e ainda seja responsável pelo município de Marica. O presidente da Câmara, vereador José Vicente, em declaração recente disse que tenta há meses uma audiência com o Governador, sem sucesso.

É fundamental que a Comissão de Segurança da Câmara interceda para arranjar uma saída. Ao contrário, o policiamento particular será o único meio dos moradores garantirem sua segurança. É certo que poliamento só não resolve. Ajuda. O resto fica para o poder público. Urbanização, educação, saúde etc. Os sociólogos sabem melhor do que ninguém.

Asfalto no Soter

A prefeitura de Niterói assinou um acordo com o DER, para pavimentar 21 KM de ruas do loteamento. Por esse acordo, a totalidade das ruas seriam pavimentadas, conforme anunciou o administrador regional Hélcio Borges. Segundo o acordo, cabe a prefeitura 40% do custo(meio-fio, sarjetas e drenagem); ao DER, estrutura de brita e camada de asfalto, mais a mão-de-obra. Os moradores, tomaram conhecimento via várias matérias na imprensa. Generalizou-se a expectativa. Porém, até agora as obras não iniciaram. Promessa é dívida. Ninguém aguenta mais pisar na lama.

Cultura em Niterói

O governo gasta muito pouco com cultura em Niterói. Na região oceânica, por exemplo, carecemos de um espaço físico para divulgar os artistas da região, nas artes músicais, cinematográficas, plásticas e audio-visuais. Não basta um espaço flutuante. A RO já merece espaço multifuncional para contemplar todas às questões da cultura. Os artistas são os protagonistas dessa iniciativa. A mobilização deles é fundamental para que o poder público repense a questão cultural no município. Comente o assunto para repercutirmos na sociedade.

Sem teto para voar

Sem teto para voar


*Por Cora Rónai

Podíamos até ser de quinta,
mas a Varig era de primeira


Houve um tempo em que o Brasil era um país subdesenvolvido. Ora, como era muito triste ver tanta gente desenvolvida vivendo num país subdesenvolvido, um gênio desses que andam por aí achou a saída perfeita para o problema: inventou uma nova expressão e passamos a ser um país em desenvolvimento, coisa que em muito melhorou a auto-estima das gentes. Isso se deu mais ou menos na mesma época em que gênios de outras partes do mundo criavam o termo "terceiro mundo" – que, aliás, nunca entendi direito, não por não saber diferenciar o primeiro mundo do terceiro, mas por nunca ter descoberto quem seria, ou onde ficaria, o segundo.

Ainda assim, quando viajávamos, continuávamos sendo cidadãos de quinta, pois o país em desenvolvimento não permitia que tivéssemos cartão de crédito internacional. E, por conta da diferença estratosférica entre o dólar "oficial" e o dólar em pessoa, o verdadeiro, éramos limitados à compra de meia dúzia de dólares por viagem. Para quem ia a negócios ali na esquina, rapidinho, até funcionava; para quem saía de férias e pretendia passar o mês viajando, mal dava para a saída. De modo que, viva a marginalidade!, éramos todos obrigados a recorrer a doleiros.

Viajar carregando na carteira aquela dinheirama era arriscado e angustiante. Tinha quem escondesse tudo na meia ou na cueca (Genoíno não inventou isso, é calúnia), usasse bolsa por dentro da blusa, bolsos falsos por dentro das calças e outras tantas precauções mais ou menos inúteis. E essa atrapalhação toda ainda não era nada diante da diante da dificuldade de se alugar um carro sem cartão de crédito. Éramos obrigados a deixar as passagens nas locadoras, além de um depósito milionário, como garantia de bom caráter. O subtexto era claro e, de resto, plenamente justificável num mundo capitalista: não tem cartão de crédito, não tem qualquer outro crédito.

* * *

É claro que nem todo brasileiro passava por esses perrengues. Já então, gente de governo e políticos não se apertavam. Cartão internacional era com eles, com a vantagem de que nem ao menos pagavam a conta. A tradição, como se vê, vem de longe. Mas, assim como há o bom e o mau colesterol, havia também as boas exceções. Qualquer cidadão do maravilhoso país chamado Classe Média Alta que tivesse 50 mil dólares sobrando podia abrir uma conta lá fora e conseguir um cartão de crédito para circular feito gente pelo mundo civilizado. Era ilegal, e daí?

Eu pertencia ao time dos que tinham um bolso “secreto” costurado dentro dos jeans. Muitas vezes deixei de alugar carro para não passar pelo constrangimento de entregar à locadora a passagem e todos os meus bens terrenos. É um dos meus orgulhos de pobre; viajar como lixo nunca foi a minha idéia de um bom programa.

* * *

Andei me lembrando disso porque o crime cometido contra a Varig voltou ao noticiário. Retórica à parte, a Varig nos tirava do terceiro mundo e nos elevava, no melhor sentido, a outras alturas. Impossível não sentir orgulho ao chegar a qualquer aeroporto do mundo e, ainda lá de cima, avistar as “nossas” aeronaves lá embaixo.

E as agências? Não me lembro de ter passado por qualquer capital onde não houvesse uma bela agência da Varig, sempre bem localizada, sempre com água, cafezinho e bons atendentes em bom português, verdadeiras embaixadas informais, não raro mais acolhedoras e mais eficientes do que as oficiais.

Por trás, porém, havia o que sempre há por trás das nossas administrações. Já conhecíamos bem alguns dos pecados da Varig, da rasteira na Panair à demora em criar um programa de milhas. Hoje, sabemos que voávamos numa espécie de tapete mágico, numa quimera que, na realidade, estava afundada em dívidas.

* * *

Acontece que, a despeito disso, a Varig tinha algo muito mais precioso do que os seus aviões, prédios e outros bens materiais. Tinha uma experiência incomparável de Brasil. Sabia voar, porque tinha um time de profissionais extraordinários, que não se cria da noite para o dia. Enquanto a Varig viveu, a aviação brasileira funcionava, e inspirava confiança nos viajantes.

Qualquer guru da economia pode provar o contrário em meia dúzia de frases, mas estou convencida de que dinheiro não é tudo, nem na vida das pessoas, nem na dos países. O know-how da Varig; o conhecimento acumulado da sua maravilhosa rede de comandantes, engenheiros, comissários, mecânicos e funcionários de todo o tipo; tudo isso era um bem do Brasil, que qualquer governo decente e com um mínimo de visão teria lutado para manter.

Aos poucos, começa a vir à tona a história do assassinato premeditado de uma das mais queridas empresas brasileiras. Tarde demais. A Varig já não quer dizer nada. Os profissionais de que o país se orgulhava estão espalhados pelo mundo, a malha aérea que tão bem cobria o país se desfez, os preciosos slots dos aeroportos internacionais se perderam. Meia dúzia de compadres ficaram riquíssimos; o Brasil ficou incalculavelmente mais pobre.

(O Globo, Segundo Caderno, 12.6.2008)

Obs: Texto de Cora Rónai - colunista do jornal o globo - www.cora.blgspot.com.br/cora@oglobo.com.br

Lula e Niterói

O presidente Lula diz que só entra em campo nas eleições municipais onde não houver disputa na base de sustentação do governo. Tá bom. Ele já está tentando ajudar a Marta Suplicy em São Paulo, segundo consta pediu até para Aldo Rebelo(PC do B ) apoiá-la. Os comunistas pedem que o PT apoie a candidata Jandira no Rio. Não deu outra. Lula em visita ao estado esta semana disse que achava que os petistas deveriam apoiar Jandira. A mulher é segunda colocada nas pesquisas, Alexandre Molon, do PT, está empacado em um por cento. Está frito. Ou melhor: foi frito. E Niterói? Sobrou outra vez para a terra de Arariboia: o PC do B diz que apoia Rodrigo se ele apoiar Jandira. Quintão, ex-presidente da legenda na cidade confirma a estratégia. Quem quiser acredite: Lula só entra em campo nas eleições onde a base do Governo marchar unida.

Sorriso de Godofredo

Quanto ao sorriso de Godofredo mencionado pela jornalista Berenice " o prefeito Godofredo Pinto está adorando." - numa direta caso o PMDB abandone o barco de Rodrigo Neves - não sei até onde isso faria algum sentido, mesmo porque o Prefeito está para submeter-se a uma cirurgia. Porém, se olharmos atentamente para às fotos de inaugurações ou eventos com o Governador Sérgio Cabral virifica-se que um está sempre em canto oposto na mesa. Mas isso é outra tolice.

Flávio Mendonça

Acho que fui injusto ao afirmar que ninguém sabe quem é Flávio Mendonça. Ele publicou durante sucessivas semanas " tijolaços" em jornais semanais e diários infernizando a vida do governo Godofredo Pinto. Publicou sua proposta de governo, ou do PMDB, e não arredava o pé de ser candidato a suceder Godofredo ou quem o PT indicasse. Será que ele rasgará ás críticas que fez a administrção do PT na condição de vice de Rodrigo Neves. Ou pior: Rodrigo, em caso de vitória, conseguirá governar ? Lá no Rio Grande do Sul, o vice da governadora Yeda(do PSDB) está entre cobra e largatos. Mas, cada caso é um caso. O pau que dá em chico às vezes não dá em Francisco.